Couro Vegano: conheça as melhores alternativas para substituir o couro tradicional 

Nós vivemos em uma sociedade consumista. Isto é um fato e não podemos negar. 

Mas, felizmente, não podemos negar também os avanços que vêm acontecendo nos últimos anos em direção a um consumo mais consciente. 

Seja pela causa ambiental, seja pela causa animal, ou as duas juntas, cada vez mais pessoas têm demonstrado uma maior preocupação em relação aos produtos que consomem, do que são feitos e como são produzidos. 

Uma tendência que, segundo pesquisas recentes, só tende a aumentar. 

É claro que a indústria da moda está atenta a essa mudança de comportamento e investindo em novos materiais, mais ecológicos e orgânicos, para a produção de roupas, sapatos e acessórios. 

Tanto que hoje temos disponíveis várias alternativas ao couro de origem animal: é o que chamamos de couro vegano. 

Neste texto vamos te contar quais são os principais tipos que existem atualmente e do que eles são feitos. 

O couro vegano é aquele que não provém da pele de animais, além de não ter nenhum produto de origem animal utilizado no seu processo de fabricação. 

A quantidade de materiais alternativos ao couro tem crescido bastante nos últimos anos, mostrando que as tentativas de substituí-lo como matéria-prima na indústria da moda tem prosperado e parecem ser promissoras. 

Com exceção do couro sintético fabricado com PU (poliuretano), a maioria deles é de origem vegetal e tem um processo de fabricação bem diferente do couro tradicional, sendo compostos de fibras vegetais. 

“E como eu sei que o produto que estou comprando é realmente vegano?”, você pode estar se perguntando. 

Aqui vão algumas dicas: 

• Olhe as etiquetas e veja a composição do produto; 

• Se você ficar em dúvida, entre em contato com a marca e questione. Empresas realmente engajadas com a causa mantém um canal aberto de comunicação com seus consumidores, e estão sempre prontas a divulgar informações sobre a composição dos produtos e como eles são fabricados; 

• Pesquise bastante, busque saber quais são os produtos alternativos ao couro.  

Escrevemos este artigo justamente para ajudar você a esclarecer estas dúvidas. Portanto, não deixe de ler até o final! 

Veja a seguir quais são os principais tipos de couro vegano disponíveis para você não errar na hora de fazer suas compras. 

Graças ao uso de novas tecnologias e a pesquisas desenvolvidas por alguns setores da indústria para diminuir a geração de resíduos, existem hoje, no mercado, vários tipos de materiais que substituem o couro tradicional. 

Veja quais são os principais: 

Feito de poliuretano, um tipo de polímero termoplástico, é o mais popular de todos. Ele imita a aparência e textura do couro real, e além de ser livre de crueldade animal apresenta outras vantagens como: 

• É mais sustentável: o impacto ambiental do couro de PU é até um terço menor em relação ao couro tradicional; 

• É mais acessível:  o couro de PU é mais barato do que o couro de origem animal, o que faz dele uma opção acessível para pessoas que desejam produtos com a aparência do couro, mas sem pagar tão caro por eles; 

• Oferece mais variedade de cores e padrões: o processo de fabricação do couro de PU permite uma variedade maior de cores, texturas e padrões em comparação com o couro animal; 

• É resistente: o couro de PU é bastante resistente, aumentando a sua durabilidade ao longo do tempo;  

• É de fácil manutenção:  você consegue limpar artigos fabricados com couro de PU com facilidade, sendo necessário, quase sempre, apenas um pano úmido para remover qualquer sujeira. 

O Mylo, ou “couro de cogumelo”, como é mais conhecido, é um material inovador, feito de micélio. 

Micélio é um sistema semelhante a uma raiz de cogumelos: suas ramificações ficam debaixo do solo, atuando na decomposição de matéria orgânica e distribuindo nutrientes às plantas. 

Uma das suas principais características é ser biodegradável: ele se decompõe naturalmente ao longo do tempo, reduzindo o problema da geração de resíduos. 

É um dos materiais preferidos por algumas marcas globais. 

Conhecido também como couro da casca da uva, foi criado em 2016 pela empresa italiana Vegea®.  

Feito de resíduos da produção de vinho, como a casca e a semente, sua fabricação não utiliza água, ácidos ou metais pesados. 

Popularmente conhecido como couro de maçã, é outro material inovador produzido a partir dos resíduos da indústria de sucos de frutas, mais especificamente da maçã. 

Fabricado na Itália, o Appleskin® tem em sua composição 20 a 30% de maçã. 

Um dos maiores benefícios deste couro em termos ambientais é o fato de ele utilizar menos materiais virgens na sua produção, contribuindo para a menor extração de recursos naturais do planeta. 

Desserto® é outra marca de couro vegetal inovadora que foi desenvolvida como uma alternativa sustentável ao couro animal e aos materiais sintéticos tradicionais.  

É produzido a partir de cactos, mais especificamente o Nopal, que é encontrado em regiões áridas e semiáridas, como o México. 

Entre as vantagens do Desserto® estão o fato de ser biodegradável, ter aparência e textura similares à do couro e ser bastante versátil, podendo ser utilizado em uma ampla gama de produtos, como roupas, acessórios, calçados e estofamentos de móveis. 

O Desserto® também é utilizado por grandes marcas globais. 

O Piñatex®, ou couro de abacaxi, é feito das fibras das folhas do abacaxi. Ou seja, ele é um subproduto da colheita da fruta.  

As fibras são extraídas das folhas através de um processo de desfibramento e depois passam por um tratamento para se tornarem flexíveis e resistentes. 

É um dos materiais mais populares e utilizados entre as grandes marcas internacionais. 

Dentre todos os tipos de couro vegano que citamos, o mais popular e acessível à grande parte da população, por enquanto, é o couro de PU. 

Os demais, apesar de serem bastante promissores, ainda são pouco acessíveis devido ao seu alto custo de produção e por serem fabricados em outros países. 

Mas seguimos sonhando e trabalhando para que, num futuro não muito distante, produtos orgânicos, veganos e sustentáveis se tornem cada vez mais acessíveis à grande parte da população. 

O nosso planeta agradece! 

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Referências: 

https://etech.emnuvens.com.br/revista-cientifica/article/view/1192/101